sábado, 5 de setembro de 2015

PERSONAE, DE EMMA FONDEVILA

Personae

Fui dejando atrás
una estela de máscaras,
de disfraces,
de nombres desechados.
Hubo una época para todo eso,
una época en que nos buscábamos
en la barahúnda de personajes que queríamos ser,
de aspectos que queríamos tener,
de vocaciones indecisas,
de arrepentimientos fugaces.
Después fue el momento de vernos
como creíamos que nos veían los demás
y a veces nos gustaba
y otras nos aterraba…
Pero por fin ha llegado el tiempo de las esencias,
el tiempo de lo que somos porque queremos serlo,
de la indiferencia por lo que los demás nos atribuyen.
Hemos llegado al momento de ser sin más
de presentarnos al mundo sin pudor,
de limitar los miedos.
No me arrepiento de mis renuncias
soy hija de mis aceptaciones.

Personae

Fui deixando para trás
uma esteira de máscaras,
de disfarces,
de nomes refutados.
Houve um tempo para tudo isso,
um tempo em que estávamos à procura de nós próprios,
no sarilho dos personagens que pretendíamos ser,
das aparências que gostaríamos de ter,
das vocações indecisas,
dos arrependimentos fugazes.
Depois foi o momento de nos vermos
como achávamos que os outros olhavam para nós
e por vezes gostávamos
e outras causava-nos terror
Mas afinal chegou o tempo das essências,
o tempo do que somos porque queremos ser,
da indiferença que os demais nos atribuem.
Chegamos ao momento de apenas ser,
de nos mostrar ao mundo sem pudor,
de limitar os nossos medos.
Não me arrependo das minhas renúncias
sou filha das minhas aceitações.


© Texto: Emma Fondevila García
© Tradução: Xavier Frias Conde

Sem comentários:

Enviar um comentário