sábado, 13 de setembro de 2014

O EXCESSO E OUTROS POEMAS, DE BIBIANA COLLADO




O EXCESO 


A memoria é o espazo da reapropiación.

Vivo para contalo. Gardo tódalas fotos
para as que me pediron que sorrira.
María do Cebreiro
Está a acontecer fora,
no aqui precário,
quebradiço,
que vira justo no momento
em que entupe
o objetivo.
Un erro do sistema.
A fração de segundo,
que demoro para me virar.
Um fora do plano.
O exterior inacessível.
Aconteceu outra volta
sem eu o ver.

PARÀLISE 

Baixando sen vagar os chanzos da escaleira

chegamos até a porta candente que agardaba
coa exacta precisión dun día calculado.
Marta Dacosta
Vejo-te queda,
tão queda
que por vezes tenho medo.
E procuro o detonante,
a tecla fria, de aço
onde premir.
A ação que não me imobilize a mim.
E vejo-a chorar a ela,
perante o horror do teu acougo.
Mexendo-se con rapidez
como para suplir 
a tua permanência.
Nenhuma de nós as duas
o logramos.
Hoje tão-pouco saíste
do quarto. Hoje tão-pouco
sabes dizer o que 'te passa.
Somente esta doçura estática
e friagem, no fundo.


© Textos: Bibiana Collado
© Tradução: Xavier Frías Conde.

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